Hoje elas ganham as ruas, mas de onde surgiu a ideia?
Gerando empregos ou apenas participando de momentos de lazer, hoje a
motocicleta é um dos meios de transporte mais utilizados ao redor do mundo.
Entretanto, saber exatamente como ela surgiu é um desafio para os historiadores.
Se estudarmos a fundo, esbarramos em alguns projetos de Leonardo da Vinci. Sim,
o pintor de Monalisa tinha muitos interesses em mecânica e aerodinâmica, um gênio
à frente de seu tempo, tão à frente, que esses projetos só entraram em prática por
volta de 1869.
A seguir, conheça algumas das teorias sobre o surgimento das motocicletas e os
nomes envolvidos nessas histórias.
Bicicleta motorizada ou motocicleta?
Há quem defenda que talvez a motocicleta tenha sido inventada por duas mentes,
em dois continentes diferentes, que a teriam criado simultaneamente.
Resultado das ideias de um francês e de um estadunidense, Louis Perreaux e
Sylvester Roper, respectivamente, as motos surgiram da tentativa de motorizar
bicicletas, a princípio a vapor, com cilindros acionados com carvão.
Mas esses protótipos não emplacaram, tendo em vista o barulho e o mau cheiro que
produziam.
A velocidade de meio cavalo
Quem vê as motocicletas ganhando as ruas e rodovias em máxima velocidade nem
faz ideia de que anos após o primeiro projeto, elas atingiam o equivalente a meio
cavalo. Foi a criação dos alemães Gottlieb Daimler e Wihelm Maybach, em 1885,
com um motor de combustão interna.
Seu formato lembrava triciclos, com rodas de apoio, e era inteiramente de madeira.
Mais tarde, os engenheiros responsáveis pelo modelo fundaram a Mercedes-Benz.
Mas quando surgiu a primeira fábrica?
Não tardou muito para a ideia de produzir um veículo motorizado sob duas rodas
ganhar os pensamentos dos inventores. Em 1894, também na Alemanha, nasce a
primeira fábrica de motos, fundada por Hildebrand e Wolfmüller.
A empresa foi quem criou o sistema de arrefecimento, que mantém o motor a uma
temperatura ideal para seu funcionamento, sem que esquente demais.
O sucesso foi tanto que, só no primeiro ano de existência, mais de 200 veículos
foram vendidos.
As motocicletas e as guerras
Devido à alta velocidade que foram alcançando com o desenvolvimento dos
motores e modelos com o passar dos anos, as motos passaram a ser usadas
durante as guerras.
A consagrada marca Harley-Davidson, fundada na primeira metade do século XX,
teve uma encomenda muito especial do exército estadunidense durante a Primeira
Guerra Mundial, alcançando a marca de 20.000 veículos utilizados.
A agilidade permitia um maior combate e, na Segunda Grande Guerra, lá estava
novamente a Harley, que nesse momento já tinha fábricas em 67 países.
Hoje a marca é sinônimo de liberdade e status social, mudando a forma como as
motos são vistas e queridas ao redor do mundo.
Mas quando chegaram ao Brasil?
Por meio de importações, as primeiras motocicletas começaram a chegar ao Brasil
ainda na década de 1910, com as marcas Indian, NSU, Henderson, FN e Harley-
Davidson.
Em 1930, a japonesa Asahi também chegou, mas a produção brasileira se deu
apenas em 1951, com a Monark.
Em 1960 os carros foram se popularizando e a busca por motocicletas caiu, mas
com a vinda de marcas como Honda, Yamaha, Piaggio e Brumana, japonesas e
italianas, esse cenário mudou e as motos voltaram ao gosto dos pilotos.
Logo, o motociclismo enquanto esporte também iniciou em sua conquista por
espaço, e aquela que servia velocidade, passou a servir também a adrenalina das
competições.
Até 2021, o Brasil contava com mais de 34 milhões de motoristas habilitados, mais
de 1 milhão de unidades vendidas ao ano. Só em 2020, passava de 13 milhões o
número de motocicletas rodando pelas vias públicas, de acordo com a Fenabrave.
O país está em 7º lugar no ranking mundial de produção de motocicletas, logo, não
há como negar que o coração dos brasileiros acelera junto aos motores.